Mãe terra te sinto sobre meus pés
Mãe terra eu ouço o seu coração!
"Conhecida também como Mãe Terra, Avó da argila, Senhora
da argila e dos potes de barro, a padroeira da cerâmica era considerada uma benfeitora já que a humanidade lhe devia não apenas
a matéria-prima, mas as técnicas e a arte de decorar potes."
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Escultura e texto: Flavia Leme
Mulheres recipientes: recortes poéticos do universo feminino nas artes Visuais [Editora UNESP, 2010]
"O ato de fazer a cerâmica era uma ocupação sagrada, misteriosa e ligada ao universo feminino. Apenas as mulheres
que haviam herdado o direito de poder praticá-la através de outras
mulheres, suas próprias ancestrais, até que se chegasse à ancestralidade mais longínqua que teria recebido das Serpentes esse direito,
já que o mito dizia que unicamente as Serpentes podiam fazer cerâmica."
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Lévi-Strauss, Mito dos Hidatsa, índios do alto do Missouri.
que haviam herdado o direito de poder praticá-la através de outras
mulheres, suas próprias ancestrais, até que se chegasse à ancestralidade mais longínqua que teria recebido das Serpentes esse direito,
já que o mito dizia que unicamente as Serpentes podiam fazer cerâmica."
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Lévi-Strauss, Mito dos Hidatsa, índios do alto do Missouri.
"O barro, matéria prima muito especial, não apenas se refere à cerâmica, mas também
aparece como a própria matéria prima constitutiva dos humanos, assim como a pedra, o que
nos informa que humanos e objetos não são algo totalmente diferente, mas ambos são
fabricados e têm a sua história de vida..."* No mito Mulher de Barro, os índios Tupari narram a criação dos artefatos de cerâmica a partir do corpo de uma mulher.
Arte revista Ano 2/Vol.2
aparece como a própria matéria prima constitutiva dos humanos, assim como a pedra, o que
nos informa que humanos e objetos não são algo totalmente diferente, mas ambos são
fabricados e têm a sua história de vida..."* No mito Mulher de Barro, os índios Tupari narram a criação dos artefatos de cerâmica a partir do corpo de uma mulher.
Arte revista Ano 2/Vol.2
urna funerária marajoara |
As urnas funerárias simbolizavam um “retorno ao útero materno”, à barriga da Mãe Terra.
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Ananatuba: séc. VII e o X a.C. , apresentando uma técnica plenamente desenvolvida, povo dividido em tribos, cada um ocupando uma única maloca e abrigando uma centena de moradores;
Mangueiras: pertencente ao grupo que sucessivamente prevaleceu sobre o primitivo Ananatuba, sua duração estimada entre o séc. IX e o XII;
Formiga: outro grupo coevo deste último, mas com a cerâmica mais pobre;
Aruã: grupo que vivia em pequenas ilhas no Amazonas, tudo indicando uma cultura bastante singular, em face do uso de urnas funerárias;
Marajó: é um capítulo à parte. Ela foi elaborada por povos que habitaram a bacia Amazônica do ano 980 A.C. até o séc. XVIII e é arqueológica. Através dela a gente pode observar a evolução, o apogeu e a decadência da cultura de um povo. A riqueza de detalhes, a exuberância das cores e a variedade dos objetos (como fusos, colheres, tangas, bancos, estatuetas e adornos) , as técnicas de brunimento (alguns feitos com conchas)."
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EBA/UFMG
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